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Gostaria de informar o quanto a participação dos pais na formação da personalidade dos filhos é importante. Pode notar que o que dizemos aos nossos filhos nos primeiros anos de vida torna-se lei.

As duas primeiras fases – até os 7 e depois até os 14 anos – mostram uma forte estruturação tanto física (o cérebro) como subjetiva (a mente). Note que esse é um período de muita referência dos pais, dada a dependência da criança.

Assim, as diretrizes que oferecemos a quem estamos orientando tornam-se um código que na maioria dos casos é utilizado por toda a vida. Lembro do cuidado que tenho quando estou, por exemplo, ensinando a tarefa escolar para as minhas filhas. Sei que, dependendo da forma como lido com a situação, posso ajudar ou prejudicar essas crianças por um período muito longo.

Um caso clássico é a matemática. Parece que para os pequenos – e para os grandes – essa matéria virou um bicho-papão. Lembro de certo dia em que minha filha de 8 anos reclamava o quanto era difícil entender os cálculos. Creio que naquele momento em que ouvi as queixas dela era a oportunidade para que eu desse continuidade ao ciclo ou o detivesse imediatamente.

Que ciclo? Ora, eu já fui criança e sei que deixava escapar para minha mãe sobre minhas dificuldades. Mas infelizmente ela não quebrou o ciclo. Minha velha devolvia a máxima: “É difícil mesmo, filho. Mas temos a obrigação de entender”. Duas palavras pesadas: difícil e obrigação. Lógico que cresci com limites apertados nas matérias de cálculo. Felizmente para minha filha tem sido diferente. Entendi que devia quebrar o ciclo e não repeti para ela as diretrizes que ouvi de minha dedicada mãe, que ouviu da mãe dela e mais uma longa cadeia.

É até engraçado mencionar o poder do subconsciente e alguns conceitos de física quântica para uma garotinha de oito anos. Mas lembro claramente o momento em que ela me interrompeu e disse: “Já sei, pai, o que pensamos e dizemos torna-se realidade”. E também lembro feliz quando ela fez uma prova que considerou difícil e chegou em casa bradando que teve ótimo resultado e não sabia o quanto era capaz de aprender.

Que legal, meu treinamento de desbloqueio do cérebro funciona em crianças também. O que deixo como alerta é justamente a forma como orientamos as crianças. Não apenas para os estudos, mas para a vida. É preciso que elas saibam que existem dificuldades, barreiras, obstáculos e, claro, derrotas. Porém existe a força interior, a consciência criativa, a persistência e um caminho de vitórias.

Creio que o equilíbrio será o tom de uma educação saudável. E ainda assim, prevalecerá o que mais alimentamos dentro de nós. Enquanto nossas crianças não sabem alimentar-se sozinhas, vamos nutri-las de energias positivas manifestadas nas ideias de inteligência, virtude, gratidão, bondade, superação… resumindo: espiritualidade!

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